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Origem da Missa

A Santa Missa é, antes de mais nada, a celebração da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, o grande evento Pascal. A Missa está ligada a Última Ceia, porém Jesus estava ali celebrando a Páscoa judaica. Desde cedo os cristãos foram organizando a sua celebração da Eucaristia juntando essas duas realidades.



Foto: Pixabay


Partes da Missa


A Missa é celebrada em duas partes: Celebração da Palavra e Celebração da Eucarística.


A primeira parte é mais missionária. A Celebração da Palavra é um pouco para todo mundo. Desde os primeiros cristãos, essa parte era mais aberta. Todo mundo participava da Celebração da Palavra, quando o padre terminava a homilia, um diácono surgia dizendo “Fora aos catecúmenos” (catecúmeno vem do latim - catechumenu e do grego - katechoúmenos - que é aquele que se prepara e se instrui para receber o batismo). Da expressão dita pelo diácono ao final da Celebração da Palavra ite, missa est - do latim, vocês estão dispensados, surgiu o nome Missa, para todas as celebrações cristãs.


Terminada a primeira parte da Missa, ficava apenas a comunidade dos fiéis para celebrar a segunda parte, que é a Liturgia Eucarística. Ou seja, a segunda parte da Missa é reservada apenas aos que realmente tenham fé e saibam o que está sendo celebrado, a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo.


Como surgiu a tradição das partes da Missa?


A Páscoa judaica era celebrada fazendo a leitura das Sagradas Escrituras, em Lc 4, 16-19 Jesus participa de uma dessas celebrações na Sinagoga lendo uma passagem do livro de Isaías (Is 61, 1-2) e logo em seguida a explica. Dessa celebração judaica que vem toda a Liturgia da Palavra, que é toda a primeira parte da Santa Missa.


Logo em seguida, vem a Celebração Eucarística propriamente dita, o Sacrifício Eucarístico. É a refeição de Jesus Cristo com seus discípulos, porém, num conjunto maior, num conjunto de oração, de um sacrifício de louvor. Eucaristia, do grego Eucharístia quer dizer isso, ação de graças.


Desde o início os cristãos foram formando os seus textos de oração eucarística - não existia o Missal como hoje em dia -, mas as pessoas tinham um esquema mental de como rezar e isso nós herdamos, de certa forma, do povo judeu. A Liturgia Eucarística está totalmente montada na tradição judaica.


Tradição Litúrgica


A tradição litúrgica vem desde o ano de 155, quando São Justino escreve uma carta ao imperador romano Antonino Pio (138-161) descrevendo como é a Missa. Nessa descrição, São Justino descreve que os cristãos se reúnem no dia primeiro dia da Semana, pois foi o dia da Ressurreição de Cristo (Mc 16,2). A palavra domingo vem do latim Dominicus, dia do Senhor (antes era chamado de dia do Sol, por causa dos deuses pagãos). Segue a transcrição da carta de São Justino:


“No dia ‘do Sol’, como é chamado, reúnem-se num mesmo lugar os habitantes, quer das cidades, quer dos campos.
Leem-se, na medida em que o tempo o permite, ora os comentários dos Apóstolos, ora os escritos dos Profetas.
Depois, quando o leitor terminou, o que preside toma a palavra para aconselhar e exortar à imitação de tão sublimes ensinamentos.
A seguir, pomo-nos todos de pé e elevamos nossas preces por nós mesmos (...) e por todos os outros, onde quer que estejam, a fim de sermos de fato justos por nossa vida e por nossas ações, e fiéis de sermos de fato justos por nossa vida e por nossas ações, e fiéis aos mandamentos, para assim obtermos a salvação eterna.
Quando as orações terminaram, saudamo-nos uns aos outros com um ósculo. Em seguida, leva-se àquele que preside aos irmãos pão e um cálice de água e de vinho misturados.
Ele os toma e faz subir louvor e glória ao Pai do universo, no nome do Filho e do Espírito Santo e rende graças (em grego: eucharistía, que significa ‘ação de graças’ longamente pelo fato de termos sido julgados dignos destes dons).
Terminadas as orações e as ações de graças, todo o povo presente prorrompe numa aclamação dizendo: Amém.
Depois de o presidente ter feito a ação de graças e o povo respondido, os que entre nós se chamam diáconos distribuem a todos os presentes pão, vinho e água ‘eucaristizados’ e levam (também) aos ausentes. (CIC 1345)

Nota-se na carta de São Justino toda a estrutura da Santa Missa, estando presente a leitura das escrituras, a homilia, a oração eucarística e a distribuição da Sagrada Comunhão. Assim, devemos entender que Rito e Liturgia nós recebemos e não inventamos, pois elas seguem as tradições ao longo dos séculos. Devemos manter a Liturgia senão perderemos o Sacramento de Cristo.

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